A Rivian surpreendeu positivamente no quarto trimestre, alcançando um marco importante: registrou um lucro bruto pela primeira vez, sinalizando que a montadora está no caminho certo para se tornar financeiramente sustentável.
Além disso, a empresa conseguiu reduzir significativamente sua perda no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ficando abaixo das expectativas do mercado para 2024 — um alívio tanto para investidores quanto para analistas do setor automotivo.
O desempenho da Rivian reforça a confiança no seu modelo de negócios e na estratégia de longo prazo focada em eficiência e inovação.
E as boas notícias não param por aí: para 2025, a empresa também projeta uma perda ainda menor em comparação ao ano anterior, mostrando que está conseguindo controlar custos e melhorar suas margens mesmo em meio a um cenário competitivo e desafiador no setor de veículos elétricos.
No último trimestre, a Rivian teve um lucro bruto de US$ 170 milhões, impulsionado por melhorias nos custos variáveis e fixos e na receita por unidade entregue.
O CEO da Rivian, RJ Scaringe, comentou: “Conseguimos um lucro bruto positivo e diminuímos os custos de produção por veículo em US$ 31 mil no Q4 de 2024 em relação ao Q4 de 2023.” Ele também ressaltou que a eficiência nos custos é fundamental para o lançamento do modelo R2, que está quase 95% pronto e pode custar metade do preço do atual R1.
Quando falamos de projeções, a Rivian espera um EBITDA ajustado para 2025 entre US$ 1,7 bilhão e US$ 1,9 bilhão em perdas, com entregas de veículos entre 46 mil e 51 mil.
Durante uma conferência, a CFO Claire McDonough comentou que devem haver menos entregas no primeiro trimestre por conta da sazonalidade e das queimadas na Califórnia, que afetam as vendas por lá. Ela prevê somente 8 mil entregas no Q1, com 14 mil veículos produzidos.
O preço das ações da Rivian subiu mais de 3% no after-market, mas acabou recuando um pouco.
No quarto trimestre, a Rivian reportou uma receita de US$ 1,73 bilhão, superando as expectativas de US$ 1,38 bilhão, e uma alta de 32% em relação ao ano passado. A perda ajustada por ação foi de US$ 0,46, melhor do que os US$ 0,65 esperados, com uma perda ajustada de EBITDA de US$ 277 milhões, também melhor do que os US$ 399,8 milhões previstos.
No total de 2024, a Rivian teve uma perda ajustada de EBITDA de US$ 2,68 bilhões, inferior à projeção de US$ 2,87 bilhões da última leitura e uma melhora em relação à perda de US$ 3,78 bilhões no ano anterior.
No início de janeiro, a empresa anunciou ter produzido 49.476 veículos e entregue 51.579 no ano passado. No quarto trimestre, foram 12.727 veículos produzidos e 14.183 entregues.
A Rivian ainda possui US$ 5,29 bilhões em caixa, uma queda em relação aos US$ 7,85 bilhões de um ano atrás.
O quarto trimestre foi bem agitado para a Rivian, que anunciou uma ampliação de sua parceria com a Volkswagen, recebendo mais investimento em uma joint venture.
Essa joint venture vai usar a tecnologia elétrica da Rivian, chamada “arquitetura zonal”, para lançar o SUV R2, previsto para o primeiro semestre de 2026.
Além disso, a Rivian também recebeu uma “compromisso condicional” do Departamento de Energia dos EUA para um empréstimo de US$ 6,6 bilhões, que vai ajudar na construção de sua nova fábrica perto de Atlanta. No entanto, a nova administração pode analisar melhor o acordo, o que pode causar incertezas para o financiamento.
Outra questão no radar é o futuro do crédito fiscal federal para veículos elétricos, que pode ser afetado pelas novas políticas do governo.
Por fim, a Rivian anunciou que abrirá pedidos para sua van de entrega EDV, o que pode gerar uma nova fonte de receita enquanto busca crescer e cortar custos.
Correção: Anteriormente, informamos uma perda ajustada por ação de US$ 0,70 para o Q4. O valor correto é de US$ 0,46. A perda EBITDA do ano passado também foi corrigida para US$ 3,78 bilhões. Pedimos desculpas pelos erros.