Os mercados acionários sofreram queda depois que os EUA aplicaram tarifas sobre os automóveis, deixando a galera bem preocupada com uma possível guerra comercial. Isso acabou ofuscando dados que mostraram que a economia dos EUA tá crescendo mais rápido do que o esperado.
Principais Destaques
Faltando poucos dias para o fim de um trimestre que promete ser o pior pro S&P 500 desde 2023, o índice despencou mais uma vez. Gigantes do setor automotivo como Toyota, Mercedes-Benz e General Motors levaram um tombo.
AppLovin caiu após uma reportagem negativa. As grandes empresas tiveram um desempenho misto, com a Apple subindo e a Nvidia em queda. No fim do dia, a Lululemon deu um prognóstico sombrio. O mercado de títulos também tá preocupado com a inflação, já que os títulos de curto prazo se saíram melhor do que os de longo prazo.
O presidente Trump decidiu aplicar uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis e falou que vai ser mais duro com a UE e o Canadá se eles se unirem contra os EUA.
Essa ação acabou ofuscando dados que mostraram que a economia cresceu mais do que se pensava no quarto trimestre. Os índices de inflação foram revisados para baixo.
Bret Kenwell, da eToro, acredita que os dados não vão deixar os investidores tão animados, já que todos estão focados no que tá rolando agora, e não no passado.
“Os investidores querem ver números de inflação que sejam razoáveis e um bom índice de emprego pra se sentirem mais seguros,” ele comentou.
A inflação continua preocupando o Federal Reserve. E os dados de consumo pessoal que saem na sexta-feira devem mostrar um aumento que não agrada.
O S&P 500 perdeu 0,3%. O Nasdaq 100 caiu 0,6%. O Dow Jones caiu 0,4%.
O rendimento dos títulos de 10 anos subiu um ponto base pra 4,36%. O dólar ficou oscilando.
Os dados de inflação de sexta-feira vão trazer uma visão geral das pressões de preço e da atividade econômica antes do anúncio de Trump sobre tarifas recíprocas, que ele chama de “Dia da Libertação na América.”
A incerteza em relação ao impacto das tarifas ajudou a explicar por que o Fed manteve as taxas de juros onde estão na semana passada.
“A ameaça de mais escalada de tarifas ainda é uma preocupação, mas nossas previsões econômicas não apontam pra uma recessão nos EUA,” disse Mark Haefele, do UBS Global Wealth Management.
PREVISÃO DOS EUA: Aumento da Inflação Justifica A Manutenção das Taxas pelo Fed
A questão nos mercados é se algo vai conseguir se destacar em meio ao barulho das tarifas, segundo Chris Larkin, da E*Trade, que faz parte da Morgan Stanley.
“No curto prazo, o mais provável é que a negociação continue volátil,” comentou.
Para Craig Johnson, da Piper Sandler, apesar das incertezas em torno das tarifas e da inflação, algumas indicações técnicas sugerem que é possível que um fundo tenha sido alcançado.
“Embora o caminho para uma recuperação mais significativa não seja linear, parece que as ações encontraram um suporte desde as baixas de março pra começar a subir nas próximas semanas,” disse ele.
O pessimismo entre os investidores individuais sobre o futuro próximo das ações diminuiu na última pesquisa de sentimento da Associação Americana de Investidores Individuais. Enquanto isso, o otimismo e o sentimento neutro aumentaram.
“Com as ações respirando um pouco da pressão de venda na última semana e início desta, esperávamos uma diminuição dos níveis extremamente altos de pessimismo na pesquisa semanal da AAII,” comentaram os estrategistas do Bespoke Investment Group.
O Bespoke observou que, apesar da queda do pessimismo, a leitura desta semana ainda estava acima de 50% — e mais alta do que 96,8% de todas as leituras semanais anteriores desde 1987.
As ações nos EUA devem recuperar em breve sua posição dominante sobre as europeias, já que a perspectiva para as ações do velho continente tá restrita a setores como defesa e bancos, segundo Jean Boivin, do BlackRock Investment Institute.
“Essa é uma história europeia bem restrita,” disse Boivin em uma entrevista. “Ainda não há uma forte convicção para apostar na Europa em vez dos EUA no horizonte de seis a doze meses. Precisamos ver mais impulso fiscal além da defesa, e a implementação será crucial.”
Aqui estão alguns dos principais movimentos nos mercados:
Ações
O S&P 500 caiu 0,3% às 16h em Nova Iorque
O Nasdaq 100 caiu 0,6%
O Dow Jones caiu 0,4%
O índice MSCI World caiu 0,4%
Moedas
O Índice Bloomberg do Dólar ficou praticamente inalterado
O euro subiu 0,4%, saindo a $1,0795
A libra esterlina subiu 0,5%, chegando a $1,2950
O iene japonês caiu 0,3%, ficando a 151,04 por dólar
Criptomoedas
O Bitcoin caiu 0,3%, chegando a $87.052,04
O Ether caiu 0,3%, custando $2.004,22
Títulos
O rendimento dos títulos de 10 anos avançou um ponto base, subindo para 4,36%
O rendimento dos títulos de 10 anos da Alemanha caiu dois pontos base para 2,77%
O rendimento dos títulos de 10 anos da Grã-Bretanha avançou seis pontos base para 4,78%
Commodities
O petróleo West Texas Intermediate subiu 0,2%, chegando a $69,79 por barril
O ouro à vista subiu 1,3%, alcançando $3.057,49 por onça