Cohen, dono dos Mets, vê economia dos EUA em baixa por causa de tarifas e DOGE

O bilionário dono do fundo de hedge e do time de beisebol New York Mets, Steve Cohen, está soando o alarme sobre a economia dos EUA.

Ele avisou que o crescimento deve desacelerar na segunda metade do ano por conta de preocupações com tarifas, políticas de imigração mais rígidas e cortes de gastos do governo que estão sendo impulsionados por ninguém menos que Elon Musk.

Cohen, que fundou a Point72 Asset Management, está preocupado com a inflação alta, crescimento lento e uma guerra comercial que pode deixar a economia dos EUA em uma situação complicada nos próximos meses.

“Estou me sentindo meio negativo pela primeira vez em muito tempo”, disse Cohen em um evento em Miami Beach. Ele destacou que esse cenário pode durar um ano, mas acha que os melhores ganhos já foram vistos e que é bem possível que a gente enfrente uma correção significativa.”

Steve Cohen, dono do Mets, expressou dúvidas sobre o futuro do crescimento econômico. Getty Images

Com uma fortuna avaliada em cerca de 14,8 bilhões de dólares, Cohen criticou a iniciativa da “Eficácia do Governo” liderada por Musk, chamando-a de uma ideia de austeridade que pode puxar o freio no crescimento econômico.

Cohen dono dos Met

As tarifas foram um dos pontos que fizeram Cohen se defender. Ele alertou que medidas comerciais mais duras podem levar a um jogo perigoso com os principais parceiros comerciais dos EUA.

“As tarifas não podem ser positivas. É um imposto”, ressaltou Cohen. “Se os EUA impuserem um imposto, você pode apostar que os outros também vão aumentar a pressão e responder com seus próprios impostos.”

Cohen não poupou críticas a Elon Musk e sua equipe. AP

Embora a Casa Branca veja as tarifas como uma forma de equilibrar o comércio e fortalecer a posição dos EUA nas negociações, os últimos sinais da economia não estão muito bons.

Este mês, a atividade das empresas nos EUA cresceu na sua taxa mais lenta desde setembro de 2023, e o setor de serviços, que deveria dar aquele gás na economia, está enfrentando dificuldades.

Com essa incerteza, a mensagem de Cohen é clara: os investidores precisam se preparar para um possível tropeço à frente.

A gestão de custos do governo está levando a demissões em massa em diversos setores. AFP via Getty Images

Para se ter uma ideia, a economia cresceu apenas 2,3% anualmente nos últimos três meses de 2024, uma queda em relação ao crescimento de 3,1% no trimestre anterior.

Essa desaceleração ocorreu principalmente porque as empresas estão cortando investimentos e a balança comercial está mostrando que estamos importando mais do que exportando.

Mas a boa notícia é que o consumo subiu 4,2% — o maior aumento desde o início de 2023. Isso significa que, mesmo com as incertezas, o povo americano ainda está gastando.

Cohen também acredita que as tarifas do Trump vão pesar na economia. AP

No geral, em 2024, a economia cresceu 2,8%, um pouco abaixo dos 2,9% do ano anterior. A inflação também deu uma subida no último trimestre, alcançando 2,3% anualmente, bem acima dos 1,5% do trimestre anterior.

Agora, rola a expectativa de que o Federal Reserve possa mexer nas taxas de juros para tentar controlar essa inflação.

Cohen, fundador da Point72, falando sobre o futuro da economia. Corey Sipkin for the NY POST

Olhando para frente, os especialistas acreditam que o crescimento econômico deve desacelerar ainda mais, possivelmente ficando abaixo de 2% no início de 2025.

Fatores como disputas comerciais em andamento, mudanças nas políticas do governo e desafios globais — como tensões geopolíticas e flutuações nos preços de energia — estão por trás dessa crescente incerteza econômica. Essas variáveis afetam diretamente a confiança do mercado e as decisões das empresas.

Diante desse cenário, muitos analistas estão atentos ao comportamento do consumo e aos investimentos corporativos, que devem ser elementos-chave para entender os rumos da economia nos próximos meses. O nível de gastos das famílias e a disposição das empresas em expandir ou reduzir suas operações serão indicativos importantes sobre a força — ou fragilidade — da recuperação econômica.

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