Deixe suas emoções fora do seu portfólio!

Quando o mercado de ações cai mais de 1% em um dia, ou alguns pontos percentuais em poucos dias, eu sempre sinto que isso pode ser o início de uma grande queda.

Depois de tanto tempo escrevendo sobre ações, essa sensação só se tornou mais comum. E, para ser justo, é uma sensação racional, já que a história do mercado de ações é cheia de vendas pesadas e longas. E pode apostar que grandes quedas ainda estão por vir nos próximos anos.

Mas, uma coisa mudou ao longo do tempo: quanto mais conheço os dados, melhor me torno como investidor. Isso me faz menos propenso a fazer mudanças emocionais no meu portfólio.

portfólio

É claro que a estratégia de comprar e segurar é a mais forte. E, mesmo se você só investir nos dias após os dias positivos, ainda consegue retornos positivos.

Mas aqui está a surpresa: investir apenas nos dias após quedas – que é quando muitos investidores ficam com menos otimismo – traz retornos que superam investir apenas após os dias em alta.

Já discutimos que os melhores dias no mercado geralmente vêm em momentos ruins. Mesmo assim, eu fiquei impressionado com o quanto os retornos são fortes ao se investir no dia seguinte a todos os dias de queda.

Isso é útil saber, especialmente considerando que a chance de ter um dia negativo no mercado é de 47%. Por isso, as notícias sobre o mercado de ações costumam ser negativas.

Se só mostrássemos as notícias mensalmente, trimestralmente ou anualmente, teríamos muito mais histórias positivas.

Antes de você pensar em mudar toda a sua estratégia de investimento para se concentrar apenas em dias após quedas, é bom lembrar que comprar e segurar ainda é o melhor caminho.

A gente pode muito bem estar à beira de uma grande correção no mercado. Desde seu pico em fevereiro, o S&P 500 já caiu 5%. Para alcançar a média histórica de queda intra-anual de 14%, precisaria cair ainda mais. Isso representa uma queda de 11% do fechamento mais recente.

Mas, é bem possível que não vejamos uma queda tão grande em breve, já que o mercado costuma se recuperar.

Mesmo que estejamos perto do topo, é extremamente difícil tentar cronometrar compras e vendas para acertar a maior alta.

O melhor para quem investe a longo prazo é aguentar firme durante possíveis grandes quedas. Como dizem por aí, “o tempo no mercado é mais importante do que tentar cronometrá-lo”.

Investir no mercado de ações pode ser difícil. O que importa é ter metas claras e uma estratégia pensada de acordo com suas necessidades. E, a partir daí, mantenha seu cinto de segurança bem preso.

Houve várias novidades sobre dados e desenvolvimentos macroeconômicos que precisamos considerar:

Atividade de investimentos empresariais em alta. As encomendas para bens de capital, excluindo aeronaves, subiram 0,8%, atingindo um recorde de $75,1 bilhões.

Essas encomendas são um indicador importante que prevê a atividade econômica futura. Embora tenham desacelerado um pouco, têm mostrado sinais de crescimento recentemente.

Inflação em queda. O índice de preços de consumo pessoal subiu 2,5% em janeiro em relação ao ano anterior, uma leve queda em relação a dezembro.

No mês, o núcleo do índice de preços subiu apenas 2,6%, o que é próximo dos níveis mais baixos desde março de 2021.

Gastos dos consumidores em desaceleração. Segundo dados recentes, os gastos pessoais caíram 0,2% em janeiro, totalizando uma taxa anualizada de $20,4 trilhões.

Considerando a inflação, os gastos reais dos consumidores caíram 0,5%.

Dados de gastos com cartões estão estáveis. As informações da JPMorgan mostram que os gastos estavam 0,1% acima do mesmo dia do ano passado. Em fevereiro, estimamos um crescimento de 0,20% nas vendas no varejo.

Confiança do consumidor em queda. O índice de confiança do consumidor caiu em fevereiro, com a maior queda mensal desde agosto de 2021. A perspectiva em relação ao mercado de trabalho se tornou mais negativa também.

Embora a confiança do consumidor esteja fraca, os dados de gastos mostram que ainda existem sinais de resiliência.

Sentimento negativo em relação ao mercado de trabalho. O percentual de consumidores que disseram que os empregos estão “fáceis de encontrar” caiu, enquanto o percentual que acha que estão “difíceis de conseguir” subiu.

Economistas costumam observar essa diferença. No momento, ela reflete um mercado de trabalho mais esfriado.

Pedidos de seguro-desemprego em alta. Os pedidos iniciais aumentaram para 242.000, acima dos 220.000 da semana anterior. Esse número ainda está dentro de níveis historicamente associados ao crescimento econômico.

Preço da gasolina em queda. Os preços médios caíram três centavos, atingindo cerca de $3,12 por galão. A demanda por gasolina aumentou e a oferta está se estabilizando.

Taxas de hipoteca em queda. A média das hipotecas fixas de 30 anos caiu para 6,76%, o que é um ótimo sinal para quem está pensando em comprar uma casa.

A maioria dos proprietários não está tão preocupada com os movimentos nos preços das casas ou nas taxas de juros.

Preços das casas em alta. Os preços das casas subiram 0,5% em dezembro, com um aumento anual de 8,8% desde 2020. Isso mostra que o mercado imobiliário ainda pode ser vantajoso.

As vendas de casas novas caíram 10,5% em janeiro, sinalizando uma desaceleração no mercado.

Os escritórios ainda estão vazios em grande parte. A ocupação média está em cerca de 60.8%, o que é uma leve queda em relação à semana anterior.

As previsões de crescimento do PIB no curto prazo estão negativas, mas isso não significa que o cenário econômico seja pessimista.

Concluindo, as expectativas em relação ao mercado de ações continuam otimistas, impulsionadas por expectativas de crescimento de lucros. A demanda por bens e serviços também permanece positiva.

Embora o crescimento esteja esfriando, a economia ainda parece saudável, com bons balanços de consumidores e negócios. O foco do Fed agora é apoiar o mercado de trabalho.

Ainda assim, nunca podemos esquecer que existem riscos a serem observados, como a incerteza política e a instabilidade geopolítica. Essas preocupações podem causar volatilidade no curto prazo.

Investir nem sempre é um caminho tranquilo. Recessões econômicas e mercados em baixa são coisas que os investidores de longo prazo devem esperar ao construir patrimônio. É sempre bom ter segurança ao investir.

Por fim, não há razão para acreditar que o mercado e a economia não vão superar qualquer desafio ao longo do tempo. O foco deve ser sempre o longo prazo.

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